Cronos: the New Dawn chegou, e ele é horripilante

Confere aí se tiver coragem...
Dublagem por Griffith, edição de vídeo por: Adrian Falido

-Essa análise não tem spoilers

-Plataforma jogada: Steam

O game foi jogado em PT-BR e Inglês

-A chave foi cedida pela Bloober Team

Escrito por: Griffith, fundador da DungeonZone

O que você faria se a humanidade tivesse praticamente acabado? e claro, se viagens no tempo fossem uma possibilidade, você mergulharia na escuridão para ver o que tem do outro lado?

Mas o que diabos é Cronos: The New Dawn?

Cronos é um game desenvolvido pela Bloober Team, o mesmo estúdio responsável pelo remake de Silent Hill 2, e publicado pela Bloober Team S.A. Trata-se de um survival horror em terceira pessoa, inspirado em Resident Evil, Silent Hill e Dead Space. Sua ambientação segue um estilo “retro-futurista”, se é que podemos chamá-la assim, e a experiência é bastante desafiadora, arrisco dizer que o jogo é voltado principalmente para fãs hardcore do gênero terror.

A história de Cronos

Cronos se passa na década de 80, no leste europeu, mais precisamente na Polônia. Em um mundo onde a humanidade está praticamente extinta e criaturas macabras rondam os restos do que um dia já foi a nossa civilização, você, uma viajante, desperta de um sono profundo para cumprir sua missão: encontrar alvos e remover sua “essência”. Segundo os desenvolvedores, isso equivale a retirar a alma dessas pessoas, tudo em uma tentativa de salvar a humanidade. Para isso, é necessário entrar em lapsos temporais que permitem viajar através do tempo e descobrir o que causou o seu fim. Não posso revelar muito mais para evitar spoilers, mas já adianto: trata-se de uma história nada feliz. Ela vai te prender, te castigar e, mais importante, exigir que você falhe inúmeras vezes, assim como seus antecessores, até talvez, no fim, encontrar o seu caminho.

Ambientação e jogabilidade inspiradas por grandes clássicos

Cronos: The New Dawn é completamente inspirado por Dead Space, não apenas pela estética de alguns cenários, que têm um ar futurista, mas também pelo design dos monstros que encontramos pelo caminho.

O jogo também bebe bastante da essência dos clássicos Resident Evil e Silent Hill: combate extremamente limitado, inimigos que causam muito dano quando acertam seus golpes e, claro, um inventário que exige gerenciamento preciso para não deixar o jogador perdido depois. Precisamos avançar e voltar por caminhos muitas vezes confusos, enquanto criaturas bizarras espreitam ao nosso redor. E eu digo sem medo: o jogo é bem difícil. Não há como esquivar de ataques, exceto correndo, antecipando os movimentos dos inimigos e usando o cenário a nosso favor para facilitar um pouco as coisas.

A munição é escassa, os recursos são extremamente limitados e, para complicar ainda mais, a energia, que funciona como uma espécie de moeda de troca para adquirir itens, também é usada para melhorar habilidades. Isso cria dilemas constantes: gastar em munição para sua pistola, comprar itens de cura ou investir em upgrades? Escolhas, escolhas…

É possível também fabricar munição coletando itens pelo cenário, o que ajuda bastante, especialmente porque o jogo não tem piedade: ele pode te largar em uma luta contra um chefe sem recursos e você terá que se virar. Para não dizer que o game é injusto, em raras ocasiões ele detecta quando você está completamente sem munição e passa a gerar inimigos que, ao serem derrotados, fornecem munição e itens de cura. Mas, na minha experiência, isso aconteceu apenas uma vez, em um momento específico da jogatina.

Olha essa ambientação!!

Sobre os inimigos no game, infelizmente não temos muita variedade. Em certas áreas, há uma quantidade excessiva deles e poucos recursos disponíveis, o que nos obriga a usar o ambiente ao nosso redor, como galões de gasolina que podem ser explodidos para incendiar os inimigos. As melhorias de habilidade do personagem fazem muita diferença: aumentar a barra de vida, o dano das armas, a velocidade de recarga… tudo isso impacta diretamente na jogabilidade.

As bossfights, no geral, são simples e tranquilas, com exceção das duas últimas, na minha humilde opinião. Nessas, fiquei bastante frustrado, principalmente por conta da movimentação extremamente básica do game. Em uma delas, tive problemas para usar uma espécie de teleporte magnético, que permite se mover para pontos específicos em paredes ou no chão. Por algum motivo, às vezes não conseguia ativar o recurso, e o chefe simplesmente me destruía. Fora isso, não tive problemas significativos com bugs ou algo parecido.

Também temos o famoso Safe Room

Temos também um local no game que eu costumo chamar de Safe Room. Ele funciona exatamente como em Resident Evil: uma sala segura onde é possível gerenciar o inventário, acessar um baú para guardar itens, comprar armas ou melhorar habilidades, além de utilizar uma espécie de computador, no estilo Fallout, para salvar o progresso. Existem alguns checkpoints em momentos importantes, mas são bem escassos.

Houve, inclusive, uma situação que me irritou bastante: puxei uma alavanca enquanto era perseguido por vários inimigos, e o jogo salvou exatamente naquele ponto. O problema é que morri logo depois, e toda vez que carregava a partida voltava para aquele mesmo instante, ficando preso em um ciclo de mortes por vários minutos até conseguir reverter a situação. No fim das contas, consegui resolver, mas foi frustrante.

Desempenho no PS5 base

O game fica bastante pesado no PS5 base, apresentando várias quedas de frame. Nada muito grave, mas perceptível o suficiente para incomodar um pouco. Ao trocar para o modo performance, não tive mais problemas: as quedas de frame se tornaram extremamente raras. É verdade que a qualidade gráfica cai bastante, mas sou bem simples em relação a isso, para mim, gráficos não são tão importantes. Existem elementos muito mais relevantes em um jogo e que realmente fazem a diferença, como a história, por exemplo.

Trailer de lançamento

Opiniões

Cronos: The New Dawn é uma ótima aposta da Bloober para o futuro. O estúdio prova que sabe criar mundos chamativos e obscuros, mas que ao mesmo tempo conseguem me cativar de forma surpreendentemente fácil. Amo a sensação de não entender bem onde estou me metendo e, ainda assim, ficar fascinado por um mundo em declínio, repleto de falsas esperanças e viagens temporais para épocas em que ainda havia alguma chance. Também gostei muito do incrível plot twist que o game apresenta, não vou comentar por razões óbvias, mas achei fascinante e totalmente inesperado. Fui pego de surpresa.

Apesar da dificuldade elevada, o jogo cumpre bem o seu papel. Ele é direto em sua proposta: fazer você se sentir preso em ambientes claustrofóbicos, repletos de aberrações e de um body horror digno de dar inveja, que parece ter saído direto do filme A Coisa. As armas sem munição em momentos cruciais fazem todo o sentido, afinal, é você e sua missão, e você nem sequer sabe ao certo quem é, nem mesmo o seu próprio nome lhe é dado o luxo de conhecer.

Fico feliz por podermos jogar mais títulos desse tipo, jogos que buscam prestar homenagem àqueles que formaram muito do que conhecemos hoje, mas que ainda assim conseguem deixar sua própria marca. Espero que mais pessoas deem uma chance a Cronos, pois o game é excelente. Até o momento, teve um orçamento de 25 milhões de dólares e já vendeu mais de 200 mil unidades, segundo a Bloober Team, considerando apenas as cópias digitais.

Na minha opinião, o jogo não deveria ter sido lançado tão próximo de Hollow Knight: Silksong e Silent Hill F, o que certamente impactou suas vendas. Ainda assim, considero Cronos: The New Dawn uma experiência incrível, e acredito que os fãs de terror deveriam se aventurar em seus horrores.

Nosso veredito:

Cronos é praticamente obrigatório para quem gosta de survival horror. O jogo entrega uma atmosfera pesada e retrô-futurista, repleta de cenários bizarros e opressores, com um combate limitado e desafiador, em que, às vezes, as respostas que buscamos podem não ser as que queremos ouvir.

Conclusão:

-O game está um pouco pesado

-Ambientação única e chamativa

-Combate desafiador

-Levei 18 horas para finalizar o game

-O game está disponível em português do Brasil

-Se Silent Hill e DeadSpace tivessem um filho, esse seria o Cronos

-Cronos respeita obras antigas e ao mesmo tempo cria sua própria identidade

-Recursos bem limitados para você se complicar jogando

-Tive um bug no save de checkpoint, foi bem chato mas deu para resolver

Segue aí camponês, a gente posta notícias e faz sorteios, e claro, fazemos parte da Safe Zone!