
Review feita por: Adrian, ADM da Dungeon Zone
Plataforma: PC
Tempo de Jogo: 7 horas
The Casting Of Frank Stone é um spin-off ambientado no universo de Dead By Daylight, desenvolvido pela Supermassive Games (conhecida por narrativas interativas como Until Dawn e The Dark Pictures Anthology) e publicado pela própria BeHaviour Interactive, criadora do jogo original. Desde o anúncio, o título prometia expandir a mitologia do popular multiplayer de terror assimétrico, trazendo uma experiência single-player mais narrativa e cinematográfica. No entanto, o resultado final acabou sendo um dos projetos mais criticados tanto pelos fãs da franquia quanto pelos seguidores dos jogos narrativos da Supermassive.
Seguindo a fórmula consagrada do estúdio, o jogo aposta em exploração de ambientes em terceira pessoa, coleta de documentos e arquivos que expandem a lore, e um sistema de escolhas e quick time events para moldar o desenrolar dos acontecimentos. Na teoria, é um pacote que deveria funcionar, afinal, essa é a especialidade do estúdio. Na prática, porém, The Casting Of Frank Stone sofre com problemas de execução que minam seu potencial.
História
A narrativa do jogo se passa em dois períodos distintos: o ano de 1980 e o ano de 2024. Cada linha temporal traz seu próprio núcleo de personagens, mas o jogador controla diretamente apenas cinco deles: Jaime, Linda, Chris, Madison e novamente Linda, agora em 2024.
No passado, acompanhamos um grupo de jovens cineastas independentes tentando gravar um filme chamado Siderúrgica Mortal. Chris, um dos integrantes, descobre a chance de filmar na famosa siderúrgica de Cedar Hills, um local infame por ter sido usado pelo assassino Frank Stone para torturar e matar suas vítimas. Frank Stone foi morto em 1963 por Sam, na época um policial comum. A premissa tem potencial, mas não consegue se sustentar de forma convincente até o final.

A proposta de alternar entre linhas temporais poderia criar uma trama intrincada e cheia de tensão, mas o roteiro não dá tempo suficiente para desenvolver seus personagens ou estabelecer vínculos emocionais com o jogador. Nem mesmo Linda, que seria a “protagonista principal” da história, recebe uma construção satisfatória em sua própria narrativa.

Gameplay
A jogabilidade segue o padrão dos jogos da Supermassive: exploração em terceira pessoa, coleta de colecionáveis, leitura de arquivos e participação em eventos rápidos (os famosos QTEs). A grande novidade aqui é o uso de uma câmera como ferramenta para enfrentar uma ameaça específica: uma mecânica que poderia trazer frescor ao gameplay, mas acaba sendo frustrante devido aos problemas técnicos do jogo.

O desempenho é um dos maiores vilões de The Casting Of Frank Stone. O jogo apresenta bugs visuais, instabilidade e uma otimização extremamente precária. Jogadores relatam quedas drásticas de framerate e, em casos mais graves, travamentos completos do sistema. Eu mesmo enfrentei problemas ao utilizar Ray Tracing durante os confrontos: por duas vezes, meu PC simplesmente desligou ao tentar usar a câmera contra o inimigo. Não à toa, as análises na Steam estão repletas de reclamações sobre a performance desastrosa.

Problemas de ritmo e desenvolvimento dos personagens
Outro ponto negativo está na duração e no ritmo. Enquanto jogos como Until Dawn tinham tempo suficiente para construir cada personagem jogável e nos fazer realmente nos importar com seu destino, The Casting Of Frank Stone é muito mais curto (cerca de 7 horas de campanha). Com tão pouco tempo, os personagens acabam parecendo descartáveis e superficiais, dificultando qualquer conexão emocional do jogador com suas jornadas.
As escolhas oferecidas ao longo do jogo até mudam o decorrer dos acontecimentos, personagens podem se encontrar em momentos diferentes ou ter mais ou menos relevância dependendo das decisões tomadas. No entanto, essas variações impactam pouco o desfecho geral. Apesar de existirem finais “alternativos”, o resultado final da história permanece essencialmente o mesmo, o que pode frustrar jogadores que esperavam uma experiência realmente ramificada.

Marketing enganoso e fanservice mal executado
Além dos problemas internos, The Casting Of Frank Stone ainda tropeçou no marketing. A BeHaviour Interactive prometeu recompensas exclusivas para Dead By Daylight aos compradores do spin-off, mas entregou apenas colecionáveis pouco inspirados. Pior ainda: foi anunciado que Frank Stone não seria “apenas mais uma skin”, e no fim das contas o personagem virou exatamente isso: uma skin lendária para um killer genérico do jogo, que nem sequer foi lançada até agora, apenas prometida.
Esse tipo de prática gerou frustração entre os fãs e passou a sensação de que o jogo não passou de um produto de fanservice mal planejado, feito apenas para preencher uma lacuna no calendário de lançamentos, sem realmente expandir ou enriquecer o universo de Dead By Daylight.

Conclusão
No fim das contas, The Casting Of Frank Stone se revela uma adição decepcionante ao universo de Dead By Daylight. É um spin-off que tinha potencial para explorar um vilão icônico e criar uma narrativa densa e impactante, mas acaba sendo raso, curto e tecnicamente problemático. O resultado é um jogo que nem agrada os fãs de terror narrativo nem satisfaz os jogadores fiéis ao multiplayer assimétrico original.

As análises negativas na Steam falam por si: bugs, performance ruim, roteiro mal desenvolvido e promessas não cumpridas. Para um estúdio conhecido por experiências narrativas de qualidade, este é provavelmente o projeto mais fraco já entregue pela Supermassive Games. Um exemplo claro de como uma boa ideia pode ser desperdiçada por falta de execução e planejamento.
Nota
