- Essa análise não possui spoilers
- Plataforma jogada: Nintendo Switch 2
- O jogo foi jogado com legendas em Pt-Br
- Escrito por: Sir Specter, ADM da Dungeon Zone
Primeiramente, o que é Hades?
Hades é um roguelike de ação desenvolvido pela Supergiant Games, baseado na mitologia grega, onde o jogador controla Zagreu, filho de Hades, em sua tentativa de escapar do Submundo e chegar ao Monte Olimpo. O jogo é recheado de encontros com deuses, heróis e criaturas míticas, que ajudam a construir um enredo rico e cheio de referências ao panteão grego. Com uma narrativa dinâmica que avança mesmo após repetidas derrotas, Hades se destaca por unir mitologia e narrativa envolvente em uma experiência memorável.
Jogabilidade
Sei que muitos tem preconceito com jogos do gênero roguelike e eu até que entendo, ter que voltar do começo depois de cada derrota pode ser cansativo, mas acredite, Hades faz dessa experiencia tudo menos cansativa. Em Hades, cada vez que você morre, você volta para a Casa de Hades para tentar escapar de novo e de novo até conseguir, porém, você não perde nada após uma derrota, pelo contrário, você pode melhorar suas habilidades e status (como dash ou HP), comprar novas armas e ganhar amuletos novos que irão te ajudar na sua próxima run. Isso deixa o jogo bem mais divertido e te incentiva mais a continuar tentando.
Após você sair da Casa de Hades e partir para o Tártaro, você é recebido com vários tipos de power-ups ou itens cada vez que você derrota uma horda de inimigos, sendo eles:
– Benção dos Deuses do Olimpo, que dão algum efeito para suas habilidades e ataques, como envenenar (Benção de Dionísio) ou enfraquecer inimigos (Benção de Afrodite).
– Martelo de Dédalo, que aprimora sua arma com algum efeito ou habilidade nova.
– Romãs do Poder, que aumentam o nível de poder das suas bençãos dos deuses.
– Néctar, que é obtida durantes as tentativas de fulga de Zagreu, e que podem ser trocadas por novos amuletos ao dar elas aos personagens na Casa de Hades ou para os deuses do Olimpo quando você achar uma benção deles.
– Corações de Centauro, que aumentam o HP máximo de Zagreu durante a tentativa de fulga.
– Óbolos do Caronte, que são moedas que podem ser usadas para comprar coisas na loja do Caronte (como bençãos, romãs, cura, corações de centauro e etc.).
– Escuridão, que são usados para comprar melhorias permanentes do Espelho da Noite para Zagreu (como aumento de vida ou aumento do número de dashes).
– Chaves Ctônicas, que são usadas para liberar novas armas ou liberar novas melhorias do Espelho da Noite.
Pela lista enorme de itens e suas descrições, dá pra ver que o jogo te dá uma parte do que é necessário para sair do submundo, a outra parte sendo a habilidade de combate para superar as dificuldades e matar os chefes e inimigos que Zagreu encontrar. Falando nisso, vamos falar um pouco sobre o combate e sua dificuldade.
Combate e Dificuldade
O combate é sem duvida o ponto mais forte do jogo, por ser bem frenético, divertido, e também muito difícil. Eu levei um pouco de tempo para escolher uma arma favorita e que eu soubesse usar bem, mas antes disso, eu apanhava para tudo e todos no jogo principalmente na terceira área (a que eu mais acho difícil na minha opinião). Mas quando você aprende, o jogo vira um passeio no parque de tão fácil e divertido que fica.
Explicando um pouco mais do combate, ele pode ser ou muito frenético ou até que calmo, dependendo da luta que você encarar na câmara. Tem inimigos que atacam muito rápido ou em uma grande área que te obriga a apelar para apertar o botão de dash e de ataque o mais rápido possível, mas também tem lutas que te obrigam a ficar longe do inimigo ou do chefe e tentar atacar na hora certa.
Trilha Sonora
A trilha sonora de Hades é simplesmente impecável, desde a música que toca no menu até a musica que toca nos créditos, todas elas são magnificas. algo que eu curti bastante na trilha sonora é como elas iniciam, que é sempre de um jeito calmo e passando uma vibe de “lalalalala, amo passear pelo submundo!”, até que ela começa a ficar um pouco mais intensa ao derrotar inimigos e passar pelas camaras, até que você encontra o boss ou o miniboss da área e a música vira uma trilha sonora parecida com as de DOOM de tão intensa e épica que fica.
Pra quem não sabe, a trilha sonora de Hades é do gênero rock progressivo mediterrâneo, que na minha opinião, coube muito bem nas bossfights e nas lutas no geral. Aqui tá uma das musicas do jogo que eu amo:
Direção de Arte
Eis aqui mais um ponto impecável de Hades que é sua direção de arte, sendo ela um verdadeiro colírio para os olhos. O design de tudo desse jogo é lindo e cheio de personalidade, um grande exemplo disso são os personagens.
De uma olhada em alguns dos meus personagens favoritos:
Outro exemplo de ótima direção de arte são as áreas do jogo. Cada região do Submundo tem uma identidade visual única e isso dá a sensação de progresso real a cada run. A variedade de cores e ambientações faz com que nenhuma fuga pareça repetitiva, mesmo após dezenas de tentativas.
História
Não vou entrar em muitos detalhes para evitar spoilers, mas, a história de Hades é bem sólida e bem escrita, eu pessoalmente curti ela do inicio ao fim. O único problema (que nem sei se devo chamar de problema) é que ela não foi um foco principal para o jogo, ou pelo menos foi o que eu senti. O que eu quero dizer é que da pra curtir bastante o jogo mesmo não entendo muito a história, mas acompanhar ela foi um grande bonus para mim, pois eu curti ela bastante, principalmente o final.
Conclusão
Hades é um daqueles jogos que conseguem transformar frustração em diversão, te fazendo querer tentar “só mais uma run” até conseguir escapar do Submundo. Tudo nele parece feito com muito cuidado, desde o combate rápido e viciante, a direção de arte impecável, a trilha sonora que deixa cada luta mais épica, até a narrativa que vai se revelando aos poucos.
Mesmo que você não seja fã de roguelikes, Hades é uma excelente porta de entrada para o gênero e uma experiência que vale a pena para qualquer jogador. É um jogo que te desafia, te recompensa e, acima de tudo, te diverte a cada tentativa. Para mim, foi uma das experiências mais completas e memoráveis que já tive nos games independentes, e que venha o Hades 2!
Nota Final:
