Metal Gear Solid Delta: Snake Eater | PC

Confira a nossa análise de Metal Gear Solid Delta. A chave do game foi cedida pela Konami para esta missão ultra secreta! E missão dada é missão cumprida!
O que é Metal Gear Solid: Delta? A história de Metal Gear Delta Jogabilidade única Mas afinal, o que temos no Remake? Trilha Sonora Opiniões Kojima e Konami… Metal Gear Solid Delta: Snake Eater

Você abandonaria tudo que ama pelo seu país? Teria a capacidade de viver uma vida dupla? e esconder o que faz das pessoas que você ama? E o mais importante, você consegue conviver com suas escolhas?

Metal Gear Solid: Delta é um remake de um dos games mais incríveis do PlayStation 2: Metal Gear Solid 3: Snake Eater, lançado originalmente em 2004. Trata-se de um jogo de ação e aventura muito aclamado pelos fãs, com foco em stealth. O remake traz novos modos, melhorias gráficas, localização em PT-BR e, claro, muita nostalgia.

Apesar de não ser o primeiro jogo lançado da franquia, ele é tecnicamente o primeiro em ordem cronológica, passando-se no início dos anos 60, em plena Guerra Fria. Você assume o papel de Snake, ou pelo menos esse é o nome que utiliza. Sua missão é resgatar um cientista soviético envolvido em projetos balísticos e, claro, enfrentar a ameaça do famigerado Shagohod, uma arma extremamente poderosa que poderia mudar os rumos da guerra a favor dos russos. Além disso, será preciso derrotar inimigos peculiares, mas perigosos: agentes com diferentes habilidades, treinados para cumprir seus objetivos a qualquer custo.

Em Delta, testemunhamos o nascimento de uma lenda, uma lenda construída a partir de uma mentira contada por um mártir que pagou um preço altíssimo. Para mim, talvez esse seja o personagem mais importante do jogo, e um dos mais marcantes de toda a franquia. E não, não estou falando de Snake… Mas não irei me aprofundar nesse ponto. Mesmo após mais de 20 anos, considero essa revelação uma das experiências mais impactantes em um jogo. O momento em que a verdade vem à tona pode ser cruel demais para alguns, e é justamente isso que o torna tão mágico.

Metal Gear Solid segue a mesma fórmula aclamada criada pelo gênio Hideo Kojima. Os controles podem parecer um pouco peculiares para quem é novo na franquia, mas isso não significa que o jogo seja difícil. A lógica ainda prevalece, o que facilita bastante a jogatina em diversos momentos. O game é em terceira pessoa, com uma câmera um pouco afastada do personagem. Porém, no remake, é possível optar por uma câmera over the shoulder, no melhor estilo “PlayStation”, ou seja, bem próxima do jogador, dando a sensação de um jogo de aventura mais tradicional. Mas não se engane: em alguns momentos essa câmera pode atrapalhar, como em combates corpo a corpo contra certos chefes ou em situações com muitos inimigos próximos. Fora isso, não encontrei grandes problemas.

O jogo é perfeito para quem ama filmes de espionagem, boas doses de ação, personagens carismáticos e intrigantes, além, é claro, de uma história incrível. O cenário é interligado, funcionando como várias áreas menores conectadas entre si. Dentro delas, encontramos animais que podem ser caçados e depois devorados para saciar a fome, sim, Snake precisa comer, afinal, ele não é de ferro! Se não se alimentar, em algum momento ficará sem stamina. Só não recomendo provar a comida russa… por algum motivo, ninguém gosta dela.

Se o personagem se machucar de alguma forma, seja quebrando um osso ou levando um tiro, será necessário curá-lo. O sistema de cura é bem interessante. Por exemplo: se você levar um tiro e a bala ficar alojada no braço, será preciso desinfetar o ferimento, remover a bala, fechar o machucado e seguir todo o processo de tratamento. Eu acho isso incrível! Às vezes, inclusive, aparece uma pequena janela nesse menu mostrando uma animação do Snake fazendo o curativo.

Ah… E toda vez que você vai salvar o jogo, você precisa sintonizar em uma frequência de rádio específica, e a a moça do outro lado do rádio vai conversar com você sobre filmes como 007, Godzilla, e vários outros assuntos interessantes, eu adoro esses momentos…

Como este é um jogo de espionagem tática, você precisa estar sempre atento e usar o ambiente ao seu redor para se camuflar e se esconder, seja em troncos, arbustos, rios ou até dentro de armários. Não importa, você vai ter que se virar. E, claro, não pode sair fazendo barulho: é preciso jogar de forma sorrateira. Para isso, o jogo oferece silenciadores, facas e, claro, o famoso estilo de combate marcial desenvolvido por Snake e sua tutora, e acredite, ele é bem eficaz. Temos também inúmeras ferramentas que nos ajudam nas missões, como por exemplo: radar que identifica movimento, uma caixa para se esconder, uma pílula que faz o seu personagem se fingir de morto, itens de cura, diversas armas pesadas, além de vários itens coletáveis escondidos pelo cenário, revistas e bonecos animados para ser mais exato.

A abertura do game é bem legal, confere aí!

Também temos o sistema de camuflagem das roupas de Snake, em que as cores e até a maquiagem do personagem são usadas para se misturar à vegetação ou ao ambiente ao redor. É uma ideia muito inteligente! Afinal, quem desconfiaria de um jacaré passeando pelo meio de uma base militar? Sim, você pode literalmente se vestir de jacaré… E usar disfarces no game é algo que me diverte demais.

Hideo Kojima, o criador do game original, já afirmou em entrevistas que é totalmente contrário a conflitos armados, muito por conta do passado do Japão. Por isso, é fácil entender a ênfase que ele dá a temas envolvendo potências militares lutando pela dominação global e exibindo suas armas nucleares, capazes de exterminar milhões de vidas em questão de segundos. Essa mensagem anti-guerra não está presente apenas em Metal Gear Delta, mas permeia praticamente todos os jogos de Kojima. E não para por aí: o game também passa a ideia de que você deve agir com bondade. Se decidir sair matando todos os inimigos, isso pode ter consequências no futuro… Não vou revelar exatamente quais, mas digamos que não é uma boa ideia.

As batalhas contra os chefes são muito bem elaboradas e dinâmicas. Cada um deles possui sua própria arena e representa uma emoção ou ação humana, com nomes que carregam mensagens explícitas relacionadas aos temas do jogo. Vou citar apenas um exemplo, talvez o mais icônico do game, e até da franquia. Trata-se de um franco-atirador extremamente idoso, com mais de 100 anos, chamado The End (em português, “O Fim”). Irônico, não acha? Mas não se engane: apesar da idade, ele é altamente treinado e, no menor descuido, pode te eliminar com sua poderosa sniper. No entanto, o jogo também permite que você se aproxime sorrateiramente dele, até mesmo por trás, para rendê-lo e receber sua camuflagem como forma de humilhação por ter sido pego desprevenido. São esses pequenos detalhes que tornam a experiência tão marcante.

Algumas coisas me chamaram a atenção nessa versão do game, vou citar elas de forma avulsa, acho que não precisam de uma explicação muito precisa:

Só para você ter uma ideia da perspectiva da câmera no novo estilo.

A trilha sonora é excelente e se encaixa perfeitamente em todos os momentos do jogo. Não me refiro apenas às músicas das cutscenes, mas a toda a ambientação sonora: os passos na lama ou em plataformas de metal, o som dos animais durante as passagens pela floresta, as conversas entre personagens, a estática do rádio quando precisamos nos comunicar, o barulho das armas… tudo é muito bem feito, sem causar qualquer desconforto nesse aspecto. Como joguei o original pela última vez no ano retrasado e o remaster no ano passado, não percebi mudanças significativas em relação às músicas dentro do game. Portanto, peço desculpas caso tenha deixado passar algum detalhe.

Receba esse poster incrível, ele é uma homenagem ao estilo clássico de arte normalmente encontrado para os games do nosso querido Kojima.

Os times da Konami e da Virtuos fizeram um ótimo trabalho com o game. Só tenho pontos positivos a destacar: os gráficos estão lindos, a jogabilidade continua tão boa e diferenciada quanto eu lembrava, as vozes (em inglês) são excelentes, a trilha sonora é impecável e os inimigos principais seguem intrigantes e carismáticos. Aliás, pensando bem, como este é o primeiro jogo em ordem cronológica, acredito que pode servir como uma ótima porta de entrada na franquia para novos jogadores. E, claro, se o game tiver sucesso financeiro, eu ficaria muito feliz em jogar um remake de Metal Gear Solid 2. Não vejo problema nisso. Mas também preciso ser honesto: os títulos antigos ainda se mantêm muito bem, mesmo décadas após o lançamento.

Acho que a ideia da Konami é trazer mais pessoas para conhecer a franquia, mas principalmente, a nova geração de gamers, afinal, Metal Gear Solid 3 foi um dos grandes games da era PS2, e por isso ganhou o coração de milhões de jogadores ao redor do mundo.

Quando criança, eu sempre assistia aos filmes do James Bond, o famoso 007, além de Três Espiãs Demais. Também jogava Syphon Filter no meu PlayStation 1 e ficava maravilhado com as possibilidades. Então, quando tive a oportunidade de jogar Metal Gear Solid 1 no meu PlayStation, fiquei chocado: o game era muito avançado para a época. Eu ficava maluco só de pensar nas estratégias necessárias para passar pelos inimigos sem ser visto, coletar cartões de segurança dos guardas para acessar outras salas, evitar câmeras e muito mais. O que me deixa feliz é que aquele mesmo sentimento que eu tinha quando criança não foi embora; ele permanece vivo até hoje, com o remake do 3, tantos anos depois. Se a ideia da Konami era me convencer de que está de volta, posso dizer que eles conseguiram.

Vi que muitas pessoas já estavam criticando o game só de olhar o trailer, e eu entendo o motivo. Entendo essa relação complicada entre o Kojima e a Konami, as coisas que não deram certo no passado. Mas uma coisa que muitos não levam em consideração é que o tempo passa, as coisas mudam, e não podemos viver apenas do passado: precisamos focar no futuro. Tanto a Konami quanto o Kojima encontraram sucesso em seus caminhos. Eu gosto de ambos, e ambos foram parte importante da minha infância. E hoje em 2025, você pode aproveitar Death Stranding e Metal Gear ao mesmo tempo.

Acho que, às vezes, as pessoas poderiam fazer o mesmo. Afinal, acredito que só dá para falar sobre algo quando se tem conhecimento de causa, e, nesse caso, é preciso jogar para tirar suas próprias conclusões. Como disse, eu entendo o sentimento das pessoas, mas também entendo que a vida é assim: precisamos seguir em frente e focar nas coisas boas. Para a minha sorte, Metal Gear Delta é um game incrível e, após mais de 15 horas de jogo, posso dizer: ele é tão bom quanto eu lembrava.

Metal Gear Delta tem, ao menos na minha visão, uma das mensagens mais marcantes que já testemunhei em um jogo. Ele fala sobre sacrifício por um bem maior, sobre nunca desistir, mesmo que às vezes pareça impossível. Se é algo que vale a pena lutar, então precisamos ir até o fim. E, de fato, nem tudo é o que parece e, independentemente do lado em que você esteja, sempre haverá pontos positivos e negativos. Cabe a você não se corromper em meio ao caos.

Recomendado para quem deseja reviver a nostalgia de um dos maiores games da era PS2, agora com gráficos aprimorados e diversas opções de dificuldade e acessibilidade. Talvez este seja o game mais divertido da franquia aos meus olhos e, para mim, valeu a pena jogá-lo novamente e reviver essa história incrível, criada originalmente por Hideo Kojima.

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Um excelente game

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