Metroid Dread é uma obra-prima

A mãe do gênero retorna para mais uma aventura no espaço.

Metroid Dread é um jogo do gênero ação e aventura desenvolvido pela MercurySteam e Nintendo, lançado exclusivamente para Nintendo Switch em 8 de outubro de 2021. Ele é um jogo 2D da série Metroid e uma sequência direta do Metroid Fusion. No início, o jogo havia sido projetado para o Nintendo DS, mas foi cancelado devido a limitações técnicas do portátil. Seu título foi visto pela primeira vez em uma lista interna de softwares da Nintendo em 2005 e teve seu anúncio oficial 16 anos depois, na convenção digital da E3 2021. A premissa do jogo é investigar as profundezas do planeta ZDR, após a Federação Galáctica receber um vídeo misterioso que sugere que o parasita X, que supostamente foi extinto, ainda existe, fazendo com que Samus Aran seja enviada para investigar.

Jogabilidade

A jogabilidade de Metroid Dread é o mesmo arroz com feijão dos jogos 2D da franquia, porém, trazendo de volta o Melee Counter de Metroid: Samus Returns e também novas mecânicas, como a habilidade da Samus de deslizar para passar por áreas estreitas ou a habilidade dela de se fixar em paredes azuis. Eu pessoalmente achei demais essas novas habilidades excelentes e dão um peso enorme no combate e na parte de ação do jogo, e o parry sempre foi uma mecânica muito satisfatória nos jogos para mim, e em Metroid Dread, essa mecânica causa uma grande melhoria nas lutas contra os chefes, pois elas liberam uma sequência cinematográfica simplesmente absurda.

 

Outra coisa que vale a pena destacar é a progressão do jogo, que mantém a essência da franquia, mas de forma mais acessível. Ela ainda se baseia na exploração e na busca por novos poderes, acessórios e trajes, mas ela guia o jogador de jeito mais fluido e intuitivo, deixando muito difícil para você se perder. Mesmo o jogo dando uma aliviada na dificuldade de prosseguir, ele nunca perde sua essência e consegue te trazer a sensação recompensadora de achar o upgrade que você precisava para seguir em frente no jogo.

As E.M.M.I.s

O que realmente diferenciou Metroid Dread dos outros jogos da série para mim foram as E.M.M.I.s, que são robôs indestrutíveis e assustadores que te perseguem em determinadas áreas do jogo e que te matam instantaneamente quando te capturam. Ao entrar nessas áreas, você sente que a vibe do jogo muda completamente, e sente que está em um lugar na qual você não deve ficar por muito tempo. Quando a E.M.M.I te acha e te persegue, a adrenalina misturada com ansiedade te dá o impulso o suficiente para tentar escapar daquela área o mais rápido possível, e vai por mim, não teve alivio maior do que escapar de lá são e salvo. Não acho que a E.M.M.I seja tão aterrorizante quanto a SA-X de Metroid Fusion ou o Mr.X de Resident Evil 2 Remake, mas ela faz muito bem o seu trabalho em te deixar ansioso para sair da área em que ela te persegue.

A História

Sem entrar em spoilers, posso dizer que a história não é exatamente o ponto mais forte do jogo. Ela tenta dar continuidade aos eventos de Metroid Fusion e expandir o universo da franquia, mas acaba tratando alguns temas importantes de forma meio rasa. O passado de Samus com os Chozo, que poderia ser um dos pontos mais ricos do enredo, é paraticamente deixado de lado, e as poucas sequências de exposição acabam soando repetitivas. Outra coisa que não curti foi o plot twist principal, que apesar de ser interessante em conceito, é bastante previsível, e a forma como ele é revelado é abrupta e sem o impacto que merecia.

Trilha Sonora

A trilha sonora é, sem menor sombra de dúvida, um dos pontos mais fortes de Metroid Dread. Eu sinceramente gostei de todas as músicas do jogo, todas mesmo, e eu fico impressionado como cada música tema de cada ambiente consegue capturar a atmosfera única deles. A trilha sonora varia entre temas tensos e minimalistas, que transmitem a vibe que a área tem como o clima tenso das áreas da E.M.M.I, e temas mais frenéticos, que embalam as batalhas mais desafiadoras. E, minha favorita, a música tema do chefe final, que merece destaque por ser tão épica, intensa e digna de um verdadeiro vilão.

Minha história com Metroid

Embora eu não tenha uma conexão absurdamente profunda com a franquia, os jogos que joguei dela me marcaram muito. O primeiro título que joguei foi Super Metroid, mais por curiosidade de conhecer não só a série, mas também o subgênero Metroidvania. Para minha surpresa, o jogo é extremamente divertido e imersivo, se tornando um dos meus jogos favoritos do SNES. Depois de anos, joguei Metroid Dread no lançamento no Switch, e posso dizer sem medo que foi meu jogo do ano de 2021, servindo como ponto de partida do meu interesse em experimentar mais jogos da série.

A partir daí, decidi jogar Metroid: Samus Returns no 3DS e depois de zerar, parti pro Metroid Fusion no Virtual Console do Wii U, e adorei a experiência que tive com ambos os jogos. Recentemente, rejoguei Metroid Dread no Switch 2, e foi uma sensação muito boa ver que ele continua tão bom quanto eu me lembrava, o que me motivou a escrever esta review sobre um dos meus jogos favoritos do switch e da Nintendo no geral. No futuro, pretendo dar uma chance a Metroid Prime para aprofundar ainda mais meu envolvimento com a franquia.

Metroid Dread

Metroid Dread é um dos jogos mais marcantes do Nintendo Switch e um grande retorno com estilo à fórmula clássica da franquia. Mesmo com uma história que poderia ter sido mais bem explorada, o jogo brilha em tudo que realmente importa: jogabilidade, ritmo e atmosfera. É uma experiência intensa, envolvente e incrivelmente satisfatória, com um equilíbrio perfeito entre ação e exploração.


A cada chefe derrotado, a cada canto descoberto no mapa e a cada nova habilidade desbloqueada no progresso, fica claro o cuidado da MercurySteam e da Nintendo em modernizar Metroid sem trair suas raízes. É o tipo de jogo que te prende do início ao fim e te faz querer explorar ainda mais assim que termina. Pra mim, Metroid Dread não é só um dos melhores títulos da franquia, mas também um dos melhores jogos de ação e aventura da Nintendo nos últimos anos e um verdadeiro presente para veteranos e novos fãs.

9.5