Ninja Gaiden: Ragebound | PC

Um grande potencial entre os jogadores que curtem desafio.
JOGABILIDADE DIREÇÃO DE ARTE / TÉCNICA Ninja Gaiden: Ragebound

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Ninja Gaiden: Ragebound aposta em uma história simples e bem no estilo dos jogos antigos, onde o que realmente importa é ter um motivo pra sair no tapa com os inimigos. Tudo começa quando Ryu Hayabusa viaja para a América pra honrar o legado do pai. Enquanto ele está fora, a barreira entre o mundo dos humanos e o dos demônios se rompe, e a Vila Hayabusa é invadida por criaturas demoníacas.

É aí que entra Kenji Mozu, um jovem ninja que foi treinado pelo próprio Ryu. Ele assume a missão de proteger sua vila e acaba tendo que se aliar ao Clã da Aranha Negra, usando técnicas proibidas pra dar conta da ameaça. A história acontece ao mesmo tempo que o primeiro Ninja Gaiden, e mostra o esforço de Kenji e da kunoichi Kumori pra enfrentar o Lorde Demônio. No caminho, enfrentamos chefes difíceis, desbloqueamos habilidades, coletamos itens, fazemos missões secretas e passamos por desafios de plataforma.

Nada revolucionário na trama, mas funciona bem como pano de fundo pra ação.

No começo, Ragebound parece um jogo simples demais. Dá a impressão de ser algo que saiu direto do Super Nintendo, só que em 2025. As primeiras fases e mecânicas são básicas, quase sem graça.

Com o tempo, o jogo vai ficando mais interessante. Você controla dois personagens: Kenji, do Clã Hayabusa, e Kumori, do Clã da Aranha Negra. Eles enfrentam dois clãs inimigos que se uniram pra libertar o Lorde Demônio. Depois de um certo ponto, Kenji e Kumori se unem de vez, e isso destrava habilidades combinadas dos dois personagens, deixando a jogabilidade bem mais dinâmica.

Um ponto importante: os mapas são totalmente lineares. O jogo foge da tendência atual de metroidvanias que apostam em exploração e backtracking. Aqui, tudo segue o caminho reto, como nos clássicos do SNES. Não há inovação nesse sentido — e talvez nem tenha sido a intenção. É uma estrutura direta, que mira na nostalgia, mas pode desagradar quem espera algo mais moderno.

Apesar da evolução na jogabilidade com o tempo, o maior problema continua sendo o design de fases. Quase todas as mortes acontecem por queda, e os save points são distantes. Uma fase levou 45 minutos pra ser finalizada só pela quantidade de quedas e o tanto que precisei voltar. Isso cansa.

O jogo se apega aos sistemas antigos de ataque básico e ataque carregado, pulos com impulso e pulos simples, as habilidades da Kumori e em certos momentos até mesmo o uso de veículos em uma das fases que, sem spoilers, é um desafio à parte.

O sistema de RANK ajuda a incentivar a rejogabilidade, com o RANK S como o objetivo máximo. É o tipo de coisa que atrai quem gosta de dominar o jogo por completo.

Visualmente, o jogo é muito bonito. Tem uma opção de arte pixelada com efeitos que simulam TVs antigas, o que dá um charme retrô que combina demais com a proposta.

As bordas de tubo e a formatação pixelada podem ser uma ótima escolha para os mais nostálgicos, mas sempre que quiser, você pode acessar as configurações e deixar tudo em Full HD novamente.

E dá pra perceber claramente o carinho do estúdio com a estética. Mesmo sendo um visual 2D mais simples, há um cuidado evidente nas texturas e, principalmente, nas animações dos personagens durante o gameplay. Isso dá vida ao jogo e reforça a sensação de que ele foi feito por quem realmente gosta da franquia.

A ambientação de Ninja Gaiden sempre foi muito peculiar desde o princípio e quando falamos em jogos antigos renovados, sempre fica aquela dúvida se os estúdios vão conseguir entregar a estética retro com uma qualidade visual mais atual, e aqui, os desenvolvedores de Blasphemous, responsáveis por trazer a aventura de volta, acertou em cheio.

A trilha sonora também se destaca. Com músicas que lembram Mega Man X, os momentos de ação são bem preenchidos e empolgam. As faixas conseguem manter o ritmo lá em cima sem cansar.

Ninja Gaiden: Ragebound tem um grande potencial entre os jogadores que curtem desafio, speedruns e que gostam de alcançar o RANK S em tudo. Mas fora esse público mais específico, pode não agradar tanto. A dificuldade alta, os mapas lineares e a falta de novidades podem afastar quem busca algo mais atual.

Ainda assim, é um jogo divertido, especialmente para quem tem saudade dos tempos de SNES. Me diverti bastante, mas reconheço que esses pontos negativos pesam e podem atrapalhar a popularidade do jogo.

Até o momento em que escrevo essa Review, 29/07/2025, a página na Steam segue sem preço sugerido ou opção de pré reserva, um fato curioso para um jogo com lançamento previsto para 31/07/2025.

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https://www.youtube.com/watch?v=II9CmTRac8M